
China prevê evacuar 400.000 pessoas pelo supertufão Ragada, que chegou às Filipinas

A cidade de Shenzhen, no sul da China, prepara a retirada de 400.000 pessoas devido à chegada do supertufão Ragasa, que, nesta segunda-feira (22), tocou terra no norte das Filipinas e obrigou milhares de moradores a se refugiarem.
O tufão tocou terra na ilha Calaiã das Filipinas, que faz parte das pouco populosas Batanes e Babuyan, às 15h (4h em Brasília), segundo os serviços meteorológicos das Filipinas.
Às 9h GMT (6h em Brasília), havia ventos de 215 km/h no centro da tempestade, com rajadas de até 295 km/h, segundo a mesma fonte.
O tufão avança para o sul da China, e as autoridades de Shenzhem, na província de Cantão, indicaram no WeChat de Gestão de Emerência da cidade que preveem evacuar 400.000 pessoas.
Outras cidades da província de Cantão anunciaram que as aulas, jornadas de trabalho e serviços de transporte foram cancelados devido ao tufão.
A empresa aérea de Hong Kong Cathay Pacific anunciou, nesta segunda, que prevê cancelar mais de 500 voos pela chegada de Ragasa.
Uma porta-voz da companhia aérea disse que os voos com saída e destino ao Aeroporto Internacional de Hong Kong deixariam de operar a partir das 10h GMT (7h de Brasília), e que "será reaberto na quinta-feira!".
Em Taiwan, foram realizadas evacuações em pequena escala em áreas montanhosas perto de Pingtung, informou à AFP James Wu, um funcionário dos bombeiros locais.
"O que mais nos preocupa é que o dano pode ser semelhante ao causado pelo tufão Koinu há dois anos", acrescentou Wu em referência a uma tempestade que derrubou a rede elétrica e arrancou telhados na área.
- 10.000 evacuados nas Filipinas -
Nas Filipinas, mais de 10.000 pessoas foram evacuadas em todo o país, e as escolas e escritórios do governo permaneceram fechados nesta segunda-feira na região da capital, Manila, e em outras 29 províncias.
"Acordei com o vento forte. Ele estava batendo nas janelas e parecia uma máquina ligada", contou nesta segunda-feira o filipino Tirso Tugago, um morador da localidade costeira de Appari, na província norte de Cagayan.
O chefe do serviço de emergências de Cagayan, Rueli Rapsing, disse à AFP que estavam "experimentando ventos fortes no norte" da ilha, mas garantiu que haviam se preparado para "o pior".
Por sua vez, Herbert Singun, do centro de gestão de tempestades da ilha de Calaiã, relatou que parte do telhado de uma escola havia se desprendido e caído em um centro de evacuação localizado a cerca de 30 metros, deixando uma pessoa com ferimentos leves.
"Vê essas palmeiras balançando ao longe?", perguntou Singun em uma conversa por vídeo.
"Antes havia oito. Agora só restam quatro de pé. Com isso vocês podem ver quão forte é o tufão", acrescentou.
O especialista climático filipino John Grender Almario declarou no domingo a jornalistas que são esperadas "inundações e deslizamentos severos" ao norte da ilha principal de Luzon, onde está localizada a capital, Manila.
A ameaça de inundações surge depois que milhares de pessoas protestaram no domingo na capital filipina devido a um escândalo de corrupção envolvendo projetos para conter as enchentes.
As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tempestades e tufões em média todos os anos, mas os cientistas alertam que as tempestades estão se tornando cada vez mais potentes devido às mudanças climáticas provocadas pela atividade humana.
I.Altadonna--INP