Familiares de reféns exigem devolução de todos os corpos antes de ampliar trégua em Gaza
O Fórum de Famílias de Reféns, principal associação de parentes dos sequestrados israelenses em Gaza, pediu, nesta segunda-feira (27), a suspensão das próximas etapas do acordo de cessar-fogo até que o Hamas devolva todos os corpos de seus familiares presentes no território palestino.
Em um comunicado, as famílias lembram que o pacto incluía o retorno de todos os reféns - vivos e mortos - há duas semanas e instaram "o governo israelense, a administração americana e os mediadores a não avançarem para a próxima fase" até que o movimento islamista palestino "tenha cumprido todas as suas obrigações".
A segunda fase inclui, principalmente, o desarmamento do Hamas e a anistia ou o exílio de seus combatentes, assim como a continuidade da retirada do Exército israelense da Faixa de Gaza, pontos que continuam sendo objeto de debate.
Em 13 de outubro, o grupo palestino libertou no prazo os sequestrados vivos.
No entanto, entregou apenas os restos mortais de 15 dos 28 reféns falecidos, alegando dificuldades para encontrar e extrair os corpos dos escombros do território palestino, devastado após dois anos de guerra.
O governo israelense anunciou, nesta segunda-feira, que a Cruz Vermelha, um membro do Hamas e uma equipe egípcia estavam procurando os restos mortais dos reféns mantidos em Gaza desde o ataque realizado pelo movimento islamista contra Israel em 7 de outubro de 2023.
Israel, que controla todos os acessos ao território, permitiu neste fim de semana a entrada de um comboio egípcio para ajudar na busca pelos restos mortais.
Com o objetivo de acelerar a restituição, uma equipe técnica egípcia foi "autorizada a cruzar a linha amarela" que delimita a zona controlada por Israel, confirmou Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense.
No sábado, o chefe dos negociadores do Hamas, Khalil al Hayya, destacou a dificuldade de localizar alguns restos mortais, "já que a ocupação modificou o relevo de Gaza" durante a guerra.
"Além disso, algumas pessoas que enterraram esses cadáveres foram assassinadas ou não se lembram do local onde os enterraram", explicou Al Hayya, que reiterou a vontade do movimento islamista palestino de cumprir o acordo.
F.Criscuolo--INP